4 de dezembro de 2011

nota #22: dear alice



"A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas... mas não posso explicar a mim mesma."

3 de dezembro de 2011

nota #21: tatuagem literária

Sou fã de tatuagens. Tenho apenas uma, bem tímida, e praticamente invisível à sociedade. Parte em respeito à minha mãe que acha uma agressão ao corpo. Mas se um dia eu resolver fazer uma outra ela vai ser puramente literária. Uma daquelas palavras ou frases que grudam na cabeça da gente. Aquelas que quando a gente lê, em qualquer lugar, sente vontade de anotar no guardanapo. Ou na pele.


“But there’s one more thing to be said, even so. Suppose we have only dreamed, or made up, all those things – trees and grass and sun and moon and stars and Aslan himself. Suppose we have. Then all I can say is that, in that case, the made-up things seem a good deal more important than the real ones.”

- From The Silver Chair by C.S. Lewis.



29 de novembro de 2011

nota #20: Il primo

Bendito fuso horário. Quase 4am e eu assistindo novela (atrasada) no sofá. Preciso dizer que já estou com saudades de Roma?

Lembrei agora do primeiro "uau" da viagem, o monumento dedicado ao rei Vittorio Emanuele II. Sem saber direito onde procurar o Vittoriano, caímos, quase que involuntariamente na Praça Venezia. Se existe um centro do centro histórico de Roma, eu diria que ele fica bem ali. Mas o monumento não tá lá, no meio da praça. Os romanos prepararam toda uma casa pra ele, com direito a escadarias na chegada, museu interno, elevador e terraço com uma vista abençoada da cidade. Coisa fina. Claro que pra manter a casa do monumento arrumada, eles cobram ingresso. Até para pegar o elevador. Vale a pena chegar à parte superior do Vittoriano e conferir o Museo Centrale del Risorgimento, que tem um repertório farto de Giuseppe Garibaldi. Ah! E agora que tenho as fotos da viagem, isso aqui vai ficar um pouco mais interessante.



A verdade é que o charminho a mais das ruas de Roma não é nada muito grande, são os carros pequenininhos (tipo Smart, ou mais antigos) e aquele monte de Vespas. Eu que aprendi com os Estados Unidos a gostar de carros grandes, não vejo a hora de fazer um test-drive em um desses restinhos de carro. Imagina dirigir só a metade. O carro acabou ali, atrás do banco do motorista. Dá pra estacionar até de lado na rua! Olha só um modelinho bem retrô, a cara do passado:


Uma parada obrigatória, sem dúvidas, é a Fontana di Trevi. Enorme, e muito rica em detalhes. Mas acho que a cidade cresceu de uma forma em volta da praça que não sobrou muito espaço para os turistas. E olhe que Novembro não é o mês mais badalado. Sobre o meu pedido, bem, infelizmente, o gerente financeiro da viagem vetou a minha idéia de jogar uma moeda potente de 2 euros e me deu uma moedica (de 2 centavos) pra jogar na fonte. Espero que as forças sobrenaturais romanas estejam em promoção.

25 de novembro de 2011

nota #19: prego

Gente, recomendo o hotel que eu estou hospedada sim. Esse é o link: http://www.hotelportoghesiroma.it/ - limpo, funcionários atenciosos, localização excelente (incrível como tudo fica pertinho daqui) e um café da manhã que me deixa alimentada por horas. Iogurte, salada de frutas, bolo mármore, pães, suco de laranja... coisa que pra quem está no Brasil parece até sem graça, mas quem mora nos Estados Unidos, come chorando de emoção. E o café? Qualquer café desce macio. Peço até desculpas aos fãs da Starbucks, que nunca foi o melhor café pra mim, mas que agora vai ter um gosto ainda mais artificial no meu paladar. É isso, o café italiano simplifica a vida, sem mais. Ele se garante tanto que não precisa de copo cheio de enfeite, nem calda de caramelo, nem creme extra pra dar uma tapeada.

Bem, quem compra ingresso para entrar no Coliseu pode também visitar o Palatino e o Fórum Romano. O monte Palatino faz parte de uma das 7 colinas de Roma, e em suas encostas foram construídos o Fórum Romano e o Circo Máximo. Leia-se, museu ao ar livre. Ficam logo após do Arco de Costantino, um mini Arco do Triunfo em Roma. O Arco de Costantino foi construído para celebrar a vitória de Constantino sobre Massêncio, na batalha da Ponte Milvia, em 312 d.C, batalha que terminou vinte anos de confrontos e unificou o poder de Roma.

No Palatino ficam as ruínas dos castelos de pessoas como César, e deixa eu contar, eles viviam bem. A vista de lá ainda é privilegiada. De acordo com a lenda de Rômulo e Remo (quem lembra da aula de História?) foi ali no Palatino que Roma foi fundada. Já o Circo Máximo era para o entretenimento dos reis etruscos. Jogos, festivais e corridas de biga. Porém, na época de César, uma reforma expandiu o Circo que passou a acomodar 250 mil expectadores. Hoje, sem nenhuma outra reforma, é área de lazer dos romanos.

O ponto negativo é que não existe plaquinhas nas ruínas indicando o que é o quê. Você precisa levar o seu guia, fazer seu dever de casa. Ler um pouco mais quando voltar do hotel, ou vai passar por batido pelo Fórum Romano, por exemplo. O principal centro comercial romano da antiguidade. Templos, Basílicas, Arcos em ruínas. Na verdade, passeando pelas ruas de Roma volta e meia você se depara com alguma escavação. Incrível o esforço pra conservar tudo bonitinho. Quer dizer, velhinho e quebrado.

Comer em Roma não é muito barato. Um casal gasta facilmente 50 euros numa refeição. Não tem água de graça nos restaurantes e uma latinha de refrigerante chega a custar 5 euros. Existem algumas fontes pela cidade, onde (reza a lenda) você pode encher sua garrafinha. Mas eu tenho medo do bicho da água suja.

Já comi muita pizza e agora posso dizer que para quem gosta daquelas pizzas fininhas e com bastante queijo (a de ontem, eu quase engasguei) isso aqui é o paraíso. Vem uma pizza todinha pra você, nada daquele negócio de colocar um pedaço no prato. Mas pra galera Pizza Hut, comeu um pedaço encheu a barriga, eu recomendo ir direto nas massas. As pizzas não vão te fazer muito feliz.

Hoje é meu último dia últil em Roma. Dia de jogar uma moeda no Fontana di Trevi. To achando melhor até jogar uma moeda de 2 euros pra garantir o sucesso do pedido. Porque né?

Arrivederci.

24 de novembro de 2011

nota #18: ciao!!

[O Aeroporto de Fiumicino é o maior da Itália e é por lá que chegam a maioria dos vôos internacionais. Por sorte, o meu vôo e o de A. chegaram no mesmo terminal. Primeira dica: para ir à Roma, pegue um táxi com tarifa fixa, 40 euros.]

À primeira vista, Roma me pareceu um tesouro inesgotável de arte e cultura. É tanta coisa acontecendo que é normal parar no meio na rua, sem saber direito o que fazer. Parte disso por causa do trânsito, um tanto quanto caótico. Cheio de motos e de carros pequenos, tipo Smart. Meio complicado andar na rua. É cada fino! E quando você acha que está numa rua estreita demais para que se misture pedestres e carros, você (plim) ouve um barulho de motor e tem que pensar rápido se se joga pra direita ou para a esquerda. Ruas de pedrinhas. Gente falando alto em qualquer canto. E como falam bonito! Buon giorno. Grazie. Antipasti. Bibite.

Merece uma trilha sonora neh? Penso nesse cd de Renato Russo o tempo todo. Vamos com a música que tem como nome uma das minhas palavras italianas favoritas: due.



Estamos num hotel que fica na área do Panteão. Muito bem conservado, passou de centro politeísta à católico ao longo dos anos. Super alto e com um óculo lá no meio do teto. Ou um buraco mesmo, caso fique mais fácil de entender, por onde entra luz do sol e também cai a chuva molhando tudo. No caso da chuva, existe um sistema de drenagem impressionante pra dois mil anos atrás. Gostoso também é tudo o que tem em volta, os restaurantes, os cantores de rua, a iluminação, aquele monte de gente.

Paramos pra comer ali. Não sei o que existia naquela farinha! Pasta al dente e molho de tomate tão fresquinho que não dá pra dizer se era doce ou azedo, era uma coisa um tanto quanto as duas coisas.

Meus olhos não viram muitas coisas tão imponentes quanto o Coliseu, na vida. Cercado de atenção dos turistas, mimado por flashes vindos de todos os lados. Não compramos o tão recomendado Roma Pass, mas pra felicidade geral, as filas não estavam lá muito grandes. O anfiteatro Flaviano foi construído por 8 anos. Você entra e já fica imaginando o número de pessoas que estiveram ali para assistir os gladiadores. A tal política do "pão e circo" usada pra distrair a população de problemas sociais como o desemprego. Uma coisa meio Carnaval de Salvador.

Um escravo conseguia liberdade se lutasse 100 lutas como gladiador. Ou seja, desiste filho. No lugar onde ficava a arena, hoje, é possível ver o que estava no andar abaixo dela. Animais e prisioneiros, que deviam ficar enlouquecidos naquele subsolo, ouvindo os gritos da galera louca esperando por eles na arquibancada. Tudo me pareceu um verdadeiro labirinto. É fácil se perder na história estando ali.

Sabe, tá sendo difícil entrar no fuso horário aqui, mas preciso me esforçar. Vou aqui sonhar com o café da manhã pra ver se caio no sono mais rápido (logo depois de ler mais um pouco sobre o Vaticano).

Buona sera.

22 de novembro de 2011

nota #17: when in Rome

Existem muitas coisas que me deixam feliz nessa vida. Uma delas, com certeza, é ter que esperar meu vôo em um aeroporto que tem free wi-fi. São 3pm na Philadelphia. 12pm em San Diego. 9pm em Roma. Em algumas horas eu vou colocar meus pezinhos na Itália pela primeira vez. Ouvi dizer que Roma é a cidade com os mais belos monumentos históricos de todos os tempos. O Panteão, o Coliseu, a Fontana di Trevi. Um museu à céu aberto.

Quero aquela alegria palpável italiana, um trânsito caótico cheio de vespas, gente gesticulando feito a vida fosse um teatro. Mas confesso que estou especialmente ansiosa pra ir ao Vaticano, menos pela minha ligação com o representante terreno do Catolicismo, mais pela idéia de sentir esse poder da religião ao meu redor. Eu que fiz primeira comunhão, mas não decorei nenhuma outra oração além do Pai Nosso, que nasci numa cidade devota de Santo Antônio (espero que não tenha errado o santo), mas nunca pedi à ele nenhum namorado, quero literalmente pagar pra ver o poder de cruzar a Basílica de São Pedro, com o seu teto de grife by Michelangelo.

Espero muito da cidade que um dia foi a capital do maior império da Antiguidade. O que podia mais ainda impressionar uma estudante de Direito (congelada) que a história viva? Foram muitos anos de leitura sobre esse lugar. Agora, quero que a cidade me hipnotize. Quero ver as ruas cheias e tomar muito capuccino.

Imagina como deve ser viver numa cidade que se sustenta do passado. Imagina os getalos de San Crispino onde Julia Roberts comeu, rezou e amou. Andar numa cidade sem calçadas. Jogar, sem que os guardas percebam, uma moeda na Fontana di Trevi.  Eu não sei se todos os caminhos te levam à Roma, mas tô certa que o vôo 718 chega lá.

27 de outubro de 2011

nota #16: iTunes knows you better than anyone.


Eu não sei você, mas eu não consigo correr 5 minutos sem trilha sonora. E sempre começo com as mais tocadas. Adoro ouvir rádio no carro, então acabo sempre sabendo qual é a playlist da balada. Hahaha. Better with the lights off, New Boys, é a minha primeira dica.

+ Stronger, Kanye West (vale a pena falar stronger se vc tá malhando, right?)
+ Super Bass, Nicki Minaj (sempre escuto 2x )



Depois de escolher as tops do "hip hop/rap" atual, pulo para as eletrônicas. Naquela pegada dance. Essa do Benny Benassi tem aquele primeiro minuto de aquecimento e depois a música pede pra que vc corra mais rápido, ou fica fora do ritmo. Sucesso garantido. Vale imaginar aquela gordurinha extra indo para o espaço. E vc planejando, sem dificuldades, o modelito da night.

+ Mr. Saxobeat, Alexandra Stan
+ Without you, David Guetta & Usher (essa dá uma paixão)




Em seguida, aquelas que eu gosto de cantar junto. Assim, tudo misturado. Estilo ritual de libertação.

+ Run the world, Beyonce (cuidado com o que essa música liberta)
+ Sexy and I know it, LMFAO (tem como não rir?)

Amanhã, plena quinta, quebrando aquela regra da segunda... update your playlist. E saia correndo por aí!

25 de outubro de 2011

nota #15: coisa pra macho.

Meninos, a moda do momento (outono) é pedir a roupa do seu avô emprestada. Essa é a crista da onda. A bola da vez. Separei esse casaquinho supimpa da Polo Ralph Lauren pra ajudar na visualização. Nada de preto. Na hora de escolher a sua nova jacket aposte nos tons de bege e marrom. Preste atenção na gola, elas vieram na versão roupão de banho. E não foi apenas nos casacos. Tá liberado comprar blusas com esse clima retrô. Outros detalhes são os botões, os bolsos, e esses punhos que compõe um visual polido. Joinha?

E o meu eu-lírico vovó fashion, convenceu?

A foto foi retirada do site bloomingdales.com :)


26 de setembro de 2011

nota #14: Munich - in pictures.

Hoje, apenas imagens.










Tá certo. Só umas coisinhas sobre o bar (HB) das duas últimas fotos.

- só se vendia cerveja de 1 litro
- hoje, pertence ao governo
- tem a segunda maior tenda no Oktoberfest
- logo antes da Primeira Guerra Mundial, foi visitado - regularmente - por Lenin
- Adolf Hitler esteve por ali declarando políticas. The Hofbräuhaus, nome do bar, foi ponto de encontro do partido Nazista.

21 de setembro de 2011

nota #13: Rothenburg ob der Tauber (final)

No final tudo correu 5 estrelas. Mas antes, esclareço algumas dúvidas. Cheguei ontem de manhã em San Diego, mas vou continuar escrevendo sobre a viagem, até que no mundo das estórias, ela se acabe. Um  jeito que encontrei de mesmo voltando pra casa, fazer a experiência durar mais um pouquinho.

Muito obrigada por me ouvir. E por dividir comigo esse momento por tantos meios diferentes! Espero que algumas das notas levem vocês a fazer algo novo (nem que seja, escrever).

Muita gente comparou a cidade com Leavenworth, que fica pertinho de Seattle (no estado de Washington, EUA). Parece sim! A diferença é que Leavenworth foi uma cidade reformada com base numa vila da Bavária, com o objetivo de melhorar a economia... um dia alguém pensou "que tal transformar essa cidade numa vila alemã e ganhar dinheiro com isso?". E deu certo!  Mas não tem história, não tem colonização alemã. É tudo "pseudo".

Voltando a Rothenburg.

A cidade foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra, no entanto, os moradores começaram a reconstruir-la, mas faltou dinheiro. Alemanha em crise, eles apelaram aos fãs da cidade. Isso mesmo. Doações foram recebidas de todas as partes do mundo. Vejam só que cidade amada! E os nomes de muitos dos que contribuíram estão pelo muro que cerca Rothenburg...


(passeio com direito a trilha sonora, e tudo mais)



(pausa para a presepada)


(o tal do muro: a caminhada foi mais fácil pra mim... os meninos foram quicando a cabeça na madeira, mesmo)


(dá tchau pra minha tia molhando as plantas!)


Para alegria de Ale, subimos na torre. As escadas eram para pagar todos os meus pecados e ainda queimar umas calorias... mas valeu ver o muro lá de cima. Amor ainda maior por esses telhadinhos!


Voltamos pro "centro" no anoitecer pra fazer um tour guiado. Mesmo com o corpo doído, só o osso da borboleta, valeu a pena cada passo. E nessa hora não tem como não comparar... a riqueza brasileira está mesmo na sua cultura popular e natureza. Não no patrimônio histórico. Sei que não é justo, mas comparando com a Alemanha, o Brasil ainda escreve seus primeiros capítulos. Me senti numa aula viva, se é que isso existe.

E para fechar o dia, uma jantinha à luz de velas. Amigos muito românticos a fofocar para relaxar a mente.

P.S. depois da foto da janta, ficam as fotos do hotel mais legal de todos os tempos... sem mais!!